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Essa temática polêmica sobre gênero tomou uma proporção relevante em uma pesquisa realizada na Espanha pelo Jornal El Pais no final de 2015 e gostaria de propor uma reflexão desse tema trazendo para nossa realidade brasileira.

Pode ser que algumas coisas mencionadas aqui não se apliquem à sua vida cotidiana, mas podem estar presentes na vida de muitas mulheres em diferentes fases e gerações.

Esse artigo é SOBRE mulheres e não somente PARA mulheres. É destinado também aos homens que tem uma parceira ao seu lado.

No best-seller “Faça acontecer – mulheres, trabalho e a vontade de liderar” de Sheryl Sandberg afirma que uma das decisões mais importantes para a trajetória profissional de uma mulher é escolher um bom cônjuge.

E fato que a ascensão das mulheres em altos cargos de liderança é rara (por enquanto) e crescer na carreira será impossível se essa mulher não tiver apoio de seu marido, segundo Sandberg, não há exceções.

A medida que seu nível hierárquico sobe na empresa, maior será a responsabilidade e exigência nos resultados, isso requer dedicação e foco no trabalho. Homens e mulheres costumam entrar nas empresas na mesma proporção, mas enquanto eles vão subindo no organograma, elas vão ficando pelo caminho. Esse fato acontece no momento em que a carreira de um dos dois tem que ganhar prioridade, na maioria das vezes são as mulheres que abrem mão da vida profissional.

Este fato foi demonstrado num estudo de Harvard sobre “Vida e Liderança” que analisou as aspirações de homens e mulheres treinados para assumir posições de liderança. O resultado mostrou que 75% dos homens esperam que suas esposas assumam em maior medida o cuidado com os filhos e 50% das mulheres acreditam que esse será seu destino. Além disso, o dado que mais me chamou atenção foi que 70% deles consideram que suas carreiras tem prioridade sobre a de suas esposas; quase 40% delas pensam o mesmo.

Se for para procurar um culpado, é a própria sociedade. As mulheres se sentem pressionadas não só por seus cônjuges, mas também pelas instituições e empresas. A pressão que me refiro é que pressupõe-se que elas se encarregarão mais dos filhos, das obrigações do lar e abrirão mão de suas carreiras no momento em que casal decide qual dos dois deverá dar suporte a família.

Veja bem que este estudo foi realizado no mercado americano, desconheço pesquisa similar feita no Brasil, mas sem hipocrisia, alguém duvida que a cultura americana exerce muita influência aqui neste pais? As vezes penso que somos a América de ontem.

Talvez exista um estigma quando os homens ficam em casa. Infelizmente ainda há resistências sociais difíceis de derrubar, seja nos EUA ou no Brasil.

E voltando para as corporações, é fato que existe um tabu para homens falarem a respeito. Pelas empresas que atendo em todo pais, a alta direção se diz aberta e apoiadora das mulheres na liderança, mas elas ocupam menos de 20% dos cargos de responsabilidade nas 500 empresas mais importantes do mundo e sua participação no mercado de trabalho está estancada nos 50% há mais de 20 anos.

Não é por acaso que igualdade de gênero e empoderamento das mulheres será um dos assuntos mais importantes a ser tratado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no ano de 2016.

De fato não existe motivo para que as mulheres abram mão de suas carreiras em detrimento da família. Recomendo uma conversa franca e esclarecedora com seu marido ou parceiro para decidir qual carreira dará mais suporte a família a longo prazo.

Os casais jovens que estiverem pensando em criar um projeto de vida comum devem ter uma conversa sobre quais são suas pretensões profissionais e pessoais. E muito importante escolher estar ao lado de uma pessoa que respeite seus desejos.

As boas novas é que existem muitas mulheres que fizeram dar certo! Com absoluta certeza as mulheres podem conciliar o sucesso profissional com a convivência familiar. Muitas delas trabalham fora, são bem-sucedidas e conseguem ter tempo de qualidade com os filhos. Qual é o segredo? Parceria com conjunge e terceirização das tarefas (mas isso é assunto para o próximo artigo).

Não será fácil, o desafio é conseguir que tanto as empresas como os maridos nos deem a oportunidade de escolher.

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